segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Reinventar


Reinventar

Sim! Eu andava comigo em desacordo
E como que num rebate, revivi, me revi.
Reinventando todos os dias ao acordar,  
Inspirando-me e respirando-me, profundamente.

Estava aqui dentro alguém que, por vezes, fugia de si
Sem respostas ao certo, se por rotina ou simples solidão.
Já não me importa mais o motivo certo.

Eu ganhei um gato preto e uma flor amarela do Universo,
Me embriaguei de tanta saudades só para poder enxergar.
Me toquei por prazer, mas também chorei da minha própria dor
Busquei-me de todas as formas, sem temer mal algum.

Fui indo e fluindo, por todos os lados, num gozo de mim mesmo
Não a um ponto narcísico, pois não estava me afogando
Do contrário, era apenas como um intenso mergulho

Assim, também perdi muitas coisas e foi difícil de aceitar
Pois nesse reencontro é inevitável de se aprender.
As respostas elas são simples, mas só quando também somos,
Inexplicável se dizer por uma vida, pois que somos milenares.

Mas, afinal, quem somos? Quem eu sou?
Se não todos os dias esse invento de se reinventar?
Mutável e inconstante infinito.

“Eu sou” seria impossível de definir-me tão bem quanto apenas “eu estou”.

Calaça Costa, Bruno
16/10/2017

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Liberté


Liberté

Tem gente que não gosta de liberdade
Existe medo em poder ser você mesmo
Eu sei, eu também sou assim
É mais confortável uma jaula cômoda

O poder está em nossas mãos
E não somos capazes de deter
Nossos próprios impulsos
A nossa própria solidão

A liberdade está aqui dentro
É a essência pura que transcende
É ouvir o coração e não a mente

Viver a consciência de si mesmo
Sem se amarrar ao padrão imposto
Leve e sereno no próprio olhar

Belmont Costa, Bruno
31/08/2017

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Antes de Tudo o Nada


Antes de Tudo o Nada

O fracasso sincero leva ao sucesso
E é preciso agarrar-se àquilo que é.
Sentindo-se momentaneamente,
Pois passa e volta, repassa e revolta.
Paz só há quando perpassar-se
Aquém de si e só tempo há de trazer
Para cada um, o seu caminho.
Envolto às experiências sagradas
Que saram a qualquer infausto.
Muito além de qualquer dualidade
E dentre as cores preta e branca.
Não há ordem universal fixa,
Mas antes de ser é preciso não ser
E antes de tudo, o nada.

Calaça Costa, Bruno
10/07/2017

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Ensina e Aprende

Ensina e Aprende

Bate em meu peito um chamado coração
Fruto de todos os meus desapegos terreno
Que no abraço se reflete por cada oração

Vivaz companheiro entre a vida e o veneno
Sufoca o ar quando a emoção está doente
Mas desenvolve o nosso corpo que ascende

Bate e toca esse despertador infinito
Entre idas e vindas de transformação
Jorra as células no corpo do espírito

E quando cala concerne à rendição
És uma parte solene do amor docente
Que ensina a amar enquanto aprende

Calaça Costa, Bruno
30/06/2017

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Na Calada da Noite


Na Calada da Noite

É na calada da noite que o poeta chora
Pelos seus amores não vividos
E os versos não compreendidos...

É na calada da noite que o poeta vai embora
Adentra a estrada suja da mente
E lembra toda sua vida descontente...

É na calada da noite que o poeta implora
Pede religare com tudo de mais sagrado
E sente triste o seu coração despedaçado...

É na calada da noite que o poeta se demora
Ora! Chora, vai embora e implora?
Sim! E demora até pra se trocar de hora.

Foge à sombra do seu pensamento,
Buscando a sacies desse desalento,
Território sagaz na busca que informem,

Porque nas noites de terça todos dormem.
O poeta não, ele prefere morrer!
E só volta pra depois escrever.

Enlouquece por não ser o clichê homem,
Pois onde estão os amores que consomem?
Na escrita, que exala o seu perfume de gala.

É assim que o poeta se cala à mão que fala,
Na calada noite que passou,
Tudo o que o dia lhe contou.

Calaça Costa, Bruno
07/06/2017 

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Um Verso ao Universo


Um Verso ao Universo

Universo que és Deus de si mesmo
Em constantes direções a esmo
Ao inverso de tudo o que se constata
Concretiza sólida a tua forma abstrata

Na minh’Alma reside o teu lar
De tamanha pequenez constelar
Eles tentam cientificar às tuas/nossas ações
E perdem-se constantemente nas embarcações

Universo, estás tão longe que mora em mim
Cobre o meu corpo-estrela de flores e de cetim
Perco-me também na linguagem, mas encontro sem-fim
Nos teus braços, porque sei que nada sei, assim

E o meu conforto é a solidão do teu infinito
Misturado ao teu amor, que físico é restrito
Mas que se perpassa a este ínfimo limiar
Vós buscais em teus lírios risos me amar

Calaça Costa, Bruno
31/05/2017

terça-feira, 18 de abril de 2017

O Corpo que a Alma Deseja


O Corpo que a Alma Deseja

A vida não é um eterno cair e se levantar
Quando você percebe que cair é nova fase.
Que seja simplesmente ruim ou mesmo boa
Quando o ruim pode ser o necessário no momento.

As almas, afinal, afligem por aquilo que querem passar
E o corpo, então, correspondente ao desejo: entrega!

Portanto, o que deseja?

Mudar o mundo é começar a mudar a si mesmo,
Amor ao próximo é começar amando a si,
Ser feliz é saber das suas próprias limitações,
Ser rico é saber que a maior riqueza existe dentro de você.

E quando tudo isto estiver ao seu alcance
Saber e entender que não somos nada perante o Universo.

Calaça Costa, Bruno
18/04/2017

quinta-feira, 6 de abril de 2017

A Alegria


A Alegria

Os Seres Humanos estão se transformando em máquinas
E máquinas não podem amar.

A rotina tem a sua importância
No entanto, não há o sentido sem se sentir.

Buscam-se ferozmente os significados
Perdendo assim o verdadeiro sentido
E quão veloz torna-se o tempo...

Mas há o ar
Há a vida
Há o gosto!

Importante se lembrar
Pois se somos a tristeza, também somos a Alegria.

Calaça Costa, Bruno
06/04/2017

quinta-feira, 30 de março de 2017

Rimas Corriqueiras da Flor Sobre Amar e Amor


Rimas Corriqueiras da Flor Sobre Amar e Amor

O amor é a base serena do caule de uma flor
Que suporta as tempestades sem amargar
Quando murcha recolhe-se em toda a sua dor
E mais tarde floresce passarinhos a cantar

Se chora, chora flúmenes inteiros a bailar
Respira o peso da “vida” e respinga frescor
Transmuta todo o seu medo de fracassar
Porque ela se empodera sem qualquer temor

De um coração apertado que não sabe afagar
A um menino apaixonado que vive a flutuar
Essas são as rimas corriqueiras de amar e amor
Pois dentro deste Universo caberá sempre uma flor

Porque mesmo sem rima a flor combina
Com a vida, jardim e com amor

Calaça Costa, Bruno         
30/03/2017

quarta-feira, 15 de março de 2017

Sentir


Sentir

Pequenas fagulhas incendeiam o corpo
Em coloridos que permeiam o ser-estar
Constantemente desafiados pelo ego.

O ferimento ainda é a dor incompreendida
Que tornará sempre a buscar compreensão,
Pois se a sutileza acaricia, a dificuldade renova.

O Universo infinito reflete o nosso interior.
Se não nos entregamos ao próprio sentir
Os sentidos se encarregam a nos auxiliar.

Pacientemente o destino se reproduz
À nossa própria compreensão do ser.

Para que finalmente, em plena consciência,
A vida flua para sentirmos o que somos em verdade.   

Não há inicio,
Não há fim,
Há recomeços...

Calaça Costa, Bruno
Influência amiga
14/03/2017