Desnutrindo
Avisto num olhar aturdido,
Ao meio-sol aborrecido,
Amavelmente recolhido,
Um abraço não decidido.
O vinho quente na garrafa,
Na boca que se desabafa,
Naquele olhar que fotografa
A mente que estava estafa.
Estou pobre e fodido,
Com o coração partido,
Junto ao vinho vencido
Dentro dum peito dorido.
No papo sobre a tal marafa
Que homem já virou girafa
No trânsito que engarrafa,
Gruda no peito e autografa.
De tão feio tudo ficou lindo
Que os dois choram rindo
E bebem no copo o brindo,
Ao amor... Já desnutrindo.
Calaça Costa, Bruno
13/08/2016
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