quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A Saudade de Poema

A Saudade de Poema

Hoje me bateu uma saudade danada daquela que até fala a nossa idade.
Logo eu, que dei de tudo para provar que tudo era para sempre. Besta!
De quando em quando a gente mente que nem sente a própria maldade.
É o calor do momento que de tanta intensidade se desgasta em vaidade.
Então, fui e fiz de Poema o meu amor e ela me dizia o tema para eu me recompor.
Era sempre tarde da noite, eu e ela no açoite, esbanjando a sua sensualidade.
E era de verdade? Me pergunta em tom de falsidade. Sai pra lá e leva essa banalidade!
De tão feroz, gritei sem voz, num surrupio veloz, para os braços do meu amor.
Vem Poema e se senta do meu ladinho, fica cá um cadinho de imensidade, por favor!
Depois vamos pra riba da ribanceira que hoje a minha sensibilidade matreira tá sem dor.
Poema, minha linda que dá pena! Hoje resolvo o nosso problema que queima em ardor.
Mas vê se não teima nesse dilema de voar que nem seriema por debaixo do cobertor.
E não vai ter telefonema que me tire o emblema da minha amada Poema, minha flor!
A saudade bateu tão plena que para matar esse tema, mato Poema e o meu amor!
Poema, poe... po... Seu último rumor, a nossa história de cinema acabou de temor!
Em seu túmulo vai: Aqui jaz Poema, estrela suprema que crema o seu próprio criador!
Dali em diante adeus Poema, de beleza extrema, morre o poema e também o escritor.

Calaça Costa, Bruno
24/08/2016

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