quinta-feira, 2 de julho de 2015

Truque Desdizer


Truque Desdizer

E a vida foi feita assim:
Pedaçinhos de cada lugar,
De tudo o que eu escolher
Por toda parte de mim.
O pensamento: gritante.
É uma arte escutar...
Entender o que não é dito,
Compreender o sentido,
Tornar-se o que sou!
A cada dia uma descoberta
A partir do outro,
Entendo-me e estendo-me,
Amargadocemente, compreendo-me...
Compreendo?
Mera invenção, construção...
Ser eterno e mortal...
Ainda gosto do que é meu
Até quando não mais...

Calaça Costa, Bruno
02/07/2015

sábado, 20 de junho de 2015

Meu Pai


Meu pai,

Muito obrigado por tudo o que me fizestes, criou-me da maneira que todo homem deveria criar um filho... Até os meus dez, década relevante e de todo amor possível, ficará marcado em minhas memórias, além do perispírito, tamanho amor e... Incrível amor.
Eu nunca vi tanto amor em um homem só... Tanto amor que seria tamanho desperdício dá-lo para uma pessoa apenas, pois que o coração não aguenta. Família, Amigos, Mulheres... Nenhum deles foi suficiente dar esse incrível, invencível, tamanho, amor... Não há aqui, na Bola Azul, coração que suporte, e assim ele reclamou e te levou...

Aos quatorze ou quinze tive que voltar, como esse bebê nesta foto, ao seu colo, para reconhecer de volta nesse colo que somente um pai, além da mãe, pode nos dar. E reconheci novamente aquele incrível amor, a minha origem terrena certa, é inexplicável fazer-se compreendido daqui.
Ainda pude sentir e perceber que tudo o que era para você também me fazia parte, o ser indivisível, consequentemente carrego a sua forma de amor.

Depois de tal “re-reconhecimento”, tive de voltar à cidade seca, porém brilhante. Entretanto, jamais esqueci ou esquecerei-me da sua presença, a sua conversa, o seu jeito bom de fazer as coisas: comidas, conversas, broncas, conselhos, atitudes, histórias...

Eu, prepotente, pensei que, por ser espírita ou, independente, acreditar em algo mais além dessa matéria fervorosa, não imaginei que sentiria dor pela perda de alguém próximo, mas reconheço minha infâmia, nunca imaginei dor capaz e sem localização certa para curá-la de uma vez...

Mas pai, tudo o que guardo é o melhor possível, sinto-me lisonjeado e orgulhoso de ter tido, nesta vida, um pai assim, que tanto me ensinastes, e colabora com a minha aprendizagem nesse requinte azul.

Não tivemos a oportunidade de beber aquela cervejinha que tanto sonhamos, d’eu te mostrar o que me tornei em onze anos que estivemos ausentes fisicamente, mas pudemos ter boas conversas através do tal mundo virtual, este que venho declarar-me inutilmente, mas valiosamente com o pensamento na sua energia que agora és mais do que nunca aquela energia de amor inexplicável, que eu sei bem qual é, pois que sou parte sua mais do que nunca agora e para sempre!

Fique bem e preserve a prece, aquela simples conversa que sempre teve com todos a sua volta, pois que a meu ver, se faz prece por você simplesmente ser!

Sempre te amarei, pai, meu eterno herói!

Bruno Calaça Costa
19/06/2015

sábado, 25 de abril de 2015

Versa-Vice

Versa-Vice

Outros tempos, outra história, de outras vidas,
Tempos estes que remetem àquelas já tidas.
Acertos e erros pouco importam deste lado
A ciência do sentir readquire o planejado.

De matéria densa, de carne, e sentimento ambivalente,
De poeira estelar e vento que vem toda essa gente
E que assim se transformam um a um, no qual,
Ainda que desigualmente, à mente desigual.

Mas o coração não para e ele quer falar
E só bem entende quando se reencontrar,
Pois que partidos foram para aqui se refiliar,
E, apenas, no doce sorriso-olhar pode-se notar.

Em você pude atinar, não por muito falar, assaz a dizer,
Ou vice-versa, de verso em verso, meu sobre-prazer.
Só quero respirar o seu corpo, torpor, topo do amor,
E contar as galáxias dos teus olhos, o meu primor.

Mesmo eu, forasteiro, nesse imenso lar azul de cativeiro,
Não quero nada, se em você tenho um mundo inteiro.

Calaça Costa, Bruno
25/04/2015

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Relatório da Bola Azul

Relatório da Bola Azul

A dor é inevitável... E de sangue azul afável.
Nessa bola instável... E de choro insaciável.
O mundo não vai parar para escutar blasfêmias,
Pois que mal entendemos seus reais problemas.

Raciocínios e julgamentos na balança para cada episódio
Não há o bem e nem o mal, muito menos o amor e o ódio.
Povoamos o planeta inteiro de cidades vazias e artificiais
Dizimando criaturas inofensivas jurando amor aos animais.

Ferindo a todos os já feridos... Já disse é inevitável a dor.
Julgam ao léu inocentes e perdidos, semeando o criador.
Ninguém para, para pensar no outro seja lá o que aconteça
Enquanto não houver a mesma sentença para a sua cabeça.

E é nessa misteriosa bola azul, vagando em imensos mares siderais
Onde moram seres sem cor, inventando suas cores sobrenaturais,
Que toda coisa vira nome e todo homem vira dono do que “tem”,
Mas em nenhum momento se assumem depois de dizer: amém!

Calaça Costa, Bruno
12/02/2015

Quem Me Dera

Quem Me Dera

Ai quem dera eu
Ser dois d'eu.
Pra meu eu falar pra eu
Que gosta muito d'eu.

Calaça Costa, Bruno

??/02/2014

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Calundre

Calundre

Calundre que tanto falou e sempre calado:
Que se o amor existe, ele insiste em se calar!
Porém se o amor persiste, logo ele vai falar!

Não adianta teimar, nem livra esconder 
Das coisas da vida, quem vai entender
Aquele a que amar, com nada a perder

E diante da partida, glória por aprender
Reescreve teu mar, qu’estou ascender
Faça a história lida, o milagre de poder

Calundre se fez da sua própria fé,
Não era homem e nem mulher,
Mas sim tudo o que ele quiser...

Calaça Costa, Bruno
13/01/2015