segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Uma Embarcação Distante

Uma Embarcação Distante 

Numa embarcação distante
Navega a só apenas um navio
Trazendo a si um belo desafio.
A sua borda um olhar marcante...

Em sua volta um mar inquietante
Lá dentro, com medo, seus companheiros
Amigos de infância rotineiros
Mas, em luta apenas seu comandante.

As ondas comandadas pelos ventos
O comandante comandando seus amigos.
Desafiando seus próprios pensamentos
Liderando a todos por instinto.

Segue a embarcação, perdida em um agitado coração.
Que navega sem direção e os leva a perdição.
O mar enfim irá os levar ou será alguma maldição?
O mar que os ensinou a amar vai agora lhes dar traição?

...

Aquele homem sem nome não quis acreditar
E em seu olhar todos viam a luta aumentar.
Rodava seu mastro para lá e para cá
Sem previsões de erros enxergava o mar acalmar.

A tempestade mais crua que se via enfrentar
Seu suor se espalhava por todo lugar.
Quando o mar sentiu água de sua água
Num pequeno instante o gosto amargar.

E de repente, em meio àquele ocorrente...
Águas vermelhas a brotar, sangue veio encontrar.
E comovente como era de ser e estar
Deparou-se com algo que ninguém nunca pode lhe dar.

O mar acalmou, porém notou, algo mudou!
Das pessoas que ali estavam uma ele levou...
Com quem tanto lutou, o mar, agora arrependido, ganhou.
E por aquelas pessoas, apenas chorou.

...

A pequena chuva canta uma música muda
E o mar carrega aquela alma absurda
E o leva para fazer uma curiosa pergunta
Das que não se fazem em morte alguma:

- Por que alma de um tão bravo homem
Trocou sua preciosa vida pelas de covardes cem?

A alma, então livre, responde:

- Em toda minha vida nunca tive sequer uma pessoas querida
E todas aquelas pessoas tinham, inclusive, família.
Eu nunca senti por elas apego, amizade ou amor
Fui escravo de uma história da qual ninguém se importou.

- Mas, agora que vou espero que tenham compreendido
O homem que os deixou não está arrependido
Só quis lhes dar algo verdadeiro à troca de tantos favores
E maior alegria foi rumar em ti, doce mar, único ao qual pude verdadeiramente amar...



Bruno Calaça Costa
08/05/2008
08/10/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário