Piloto
Espaço-Tempo
Aquele
pequeno espaço, tão meu quanto do outro, as paredes são os meus ouvidos, os
quadros são os meus olhares.
Estamos
aqui dentro de uma máquina do tempo, buscando onde você parou ou onde foi
parar?
Eu
me mantenho presente, observando, rebuscando, rabiscando, repetindo,
entregando-me.
Você
não quer voltar, o agora assusta e eu consigo compreender, os demônios também
me assustam.
A
sua dor não é maior e nem menor do que a de ninguém, mas ela fere, ela machuca,
ela mata.
Quase
sempre eu vejo você morrer e logo após renascer, sentada a minha frente, com o
olhar na boca e as palavras no olhar.
E
quando você vai embora, eu desligo a máquina temporal e volto à vida, da mesma
forma que você.
Calaça
Costa, Bruno
08/02/2018
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