sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Piloto Espaço-Tempo


Piloto Espaço-Tempo

Aquele pequeno espaço, tão meu quanto do outro, as paredes são os meus ouvidos, os quadros são os meus olhares.  
Estamos aqui dentro de uma máquina do tempo, buscando onde você parou ou onde foi parar?
Eu me mantenho presente, observando, rebuscando, rabiscando, repetindo, entregando-me.
Você não quer voltar, o agora assusta e eu consigo compreender, os demônios também me assustam.       
A sua dor não é maior e nem menor do que a de ninguém, mas ela fere, ela machuca, ela mata. 
Quase sempre eu vejo você morrer e logo após renascer, sentada a minha frente, com o olhar na boca e as palavras no olhar.
E quando você vai embora, eu desligo a máquina temporal e volto à vida, da mesma forma que você.

Calaça Costa, Bruno
08/02/2018