segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Reinventar


Reinventar

Sim! Eu andava comigo em desacordo
E como que num rebate, revivi, me revi.
Reinventando todos os dias ao acordar,  
Inspirando-me e respirando-me, profundamente.

Estava aqui dentro alguém que, por vezes, fugia de si
Sem respostas ao certo, se por rotina ou simples solidão.
Já não me importa mais o motivo certo.

Eu ganhei um gato preto e uma flor amarela do Universo,
Me embriaguei de tanta saudades só para poder enxergar.
Me toquei por prazer, mas também chorei da minha própria dor
Busquei-me de todas as formas, sem temer mal algum.

Fui indo e fluindo, por todos os lados, num gozo de mim mesmo
Não a um ponto narcísico, pois não estava me afogando
Do contrário, era apenas como um intenso mergulho

Assim, também perdi muitas coisas e foi difícil de aceitar
Pois nesse reencontro é inevitável de se aprender.
As respostas elas são simples, mas só quando também somos,
Inexplicável se dizer por uma vida, pois que somos milenares.

Mas, afinal, quem somos? Quem eu sou?
Se não todos os dias esse invento de se reinventar?
Mutável e inconstante infinito.

“Eu sou” seria impossível de definir-me tão bem quanto apenas “eu estou”.

Calaça Costa, Bruno
16/10/2017