quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Amor de Verdade é o Ódio de Mentira

O Amor de Verdade é o Ódio de Mentira

A minha boca te esconde em desejo
Mesmo pelas fotos em que eu te vejo.
Palpita o coração estranho em cortejo
A sua pele, rosto e corpo que almejo.

Já conheço a tua dança de bailarina
Em translação à vida que conspira.
Na sua índole sombria de menina
Que fere as agulhas de quem delira.

O corpo tonto pede qualquer lampejo
Até o tempo palavreia em gaguejo.
Não há como aguentar esse rastejo
Fujo bêbado e volto sóbrio ao festejo.

Liberta a sua alma dessa auto-chacina
Tenta não levar a sério e se respira.
De tudo o que aprendi a vida ensina:
O amor de verdade é o ódio de mentira.

Calaça Costa, Bruno
20/10/2016

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Inconsciente Coletivo e o Universo Consciente


Inconsciente Coletivo e o Universo Consciente

O mundo muda de acordo com os nossos pensamentos,
A filosofia vai como um pontapé inicial, a ciência testa e a religião conforta.
O que nos faz pensar está muito além de qualquer explicação terrestre.
Nossos pensamentos são capazes de aflorar realidades imperceptíveis
E à menor sensibilidade torna tudo possível.
Estamos uns conectados aos outros, mas ainda assim há desconfiança,
Afinal mal conhecemos a nós mesmos, quem dirá ao próximo?
E quem dera o outro, aquele que nunca nem vi ou ouvi falar.
O pensamento se sobrepõe a estas fronteiras maciças que erguemos,
No entanto, apenas ao menor nível de sensibilidade será possível notar.
Cotidianamente estão todos sendo bombardeados
E não apenas por sons, gritos, bombas, vírus ou guerras.
Pois eu vejo o alcoólatra bebendo pelos refugiados,
Vejo o pai brigando com a filha pelo estupro que passou no jornal,
Vejo o suicídio de quem não suportou a miséria dos outros.
Também vejo o sorriso da freira que sentiu o ar mais fresco de Deus,
Os namorados que se amam interpretando a vontade do mundo,
Vejo os sorrisos fáceis nos rostos cansados num dia de sexta-feira.
E o pensamento? Ele está ali, embutido entre tantos outros diferentes e iguais.
Mas é quando os olhos se cruzam que se significam muito mais
Depois se falam para se conhecerem por razões sobre esse abstrato
E que quando se tocam, finalmente, sentem-se e se sentem reais!
Ser ou não ser não é essa a questão, porque somos pelo olhar do outro...

Calaça Costa, Bruno
18/10/2016