sábado, 27 de agosto de 2011

A Rosa e o Sapo

A Rosa e o Sapo

Havia sentido em suas palavras
E o pior previsto aconteceu
Entendeu tudo o que foi dito
E fez de conta que não entendeu... 

A solidão batia em sua porta
E vinha sempre ao seu encontro.
Mas, aquela rosa já estava quase morta, e isso não importa!

Fazia sentido o que ele dizia?
Sem contar as noites em branco.
O dia consertava o que a noite fazia...
Na verdade era o sapo o mais franco.

E a dor sumia quando a rosa sorria
E de dia se fazia sentida
Por poder completar a sua vida.

Ele diria mil coisas congruentes 
Mas, será que tu as entendes?
O pobre sapo era sim valente
Porém, a covardia do dia mostrava a sua dor.

O feio com o belo, agora junto.
Estava o sapo feio ali de luto...
Pelo mundo que viviam, uma contradição.

O pior de tudo é não ser e ser:
Cego, surdo e mudo.
Finaliza o sapo:
- Croac! Um absurdo!

Bruno Costa
12/08/2008

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chuva de Primavera em Saudade da Chuva


Chuva de Primavera em Saudade da Chuva

Daqui a um mês será primavera
E a vida ficará mais bela
Tão bela quanto o pôr do sol
E os dois debaixo do lençol...

A saudade da chuva se esvai
Vai e cai por cima do mundo
Levando a mudança
De pontas d'águas em deslumbro...

Em chuva de primavera
Que meu coração acelera
E aos poucos se recupera
De toda poeira que sufocou...

Apesar da seca que persevera
E a poeira que a capital gera
Quando acaba a primavera
Logo vem a chuva que sobrou...


Bruno Costa
23/08/2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Faz Sentir a Ilusão


Faz Sentir a Ilusão

Faz sentido o que eu digo?
Se o que imagino é feito de ilusão.
Estou ferido, caro amigo
Caído em estilhaços pelo chão.

Amordaçaram minha esperança
Crua, nua e sem coração.
O sistema todo é uma vingança
E lhe quer na contramão.

Então, por onde sigo?
Só preciso ter razão.
Eu quase não tenho abrigo
A não ser a pobre ilusão.

Que me faz sonhar como criança
Com dias de bastante agitação.
Seja coincidência ou semelhança
Não posso dizer nenhum palavrão.

O que faço é apenas utopia
Com um pouco da minha solidão.
Dia a dia por efeito da poesia
Seria covardia essa escravidão?

O poeta metido, então, foi demitido
Por ter negado usar palavrão.
Pobre poeta pobre ficou emputecido
Por não ter dinheiro para comprar ilusão!

Assim, termino tudo o que foi dito
Vendo-os mais ofendidos em grito
FAZ SENTIDO O QUE DIGO?
SE O QUE IMAGINO É FEITO DE ILUSÃO.


Bruno Calaça Costa
28/04/2009
18/08/2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A menina da Igreja e do Bar

A Menina da Igreja e do Bar

Essa menina que passa é uma graça
Andando descalça só para abusar
Passando na praça usando pouca calça
Para me sacanear.

Parece que dança uma dança valsa
Mexendo para lá e para cá
Tropeça numa pedra falsa
E vai caindo devagar...

Olha só que desgraça
Todos vão rindo do seu azar
O que quer que eu faça
Não vai poder lhe ajudar.

Com sua face má, me enlaça
Como corrente de mar
Deixando claro sua farsa
De que só quer amar.

A menina mais sem graça
Virou piada de igreja e de bar
Levantando até uma taça
Para tentar se reconsagrar.

Mas, não há uma cachaça
Que consiga enganar
Ela até tenta e disfarça
O gosto, com o seu olhar...


Bruno Costa
??/10/07

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Museu das Canções


Museu das Canções

São lágrimas de um tempo ruim
Que podem até consertar.
O passado vai dizer o que somos hoje
E é tão difícil ver o próprio erro...

Quanta saudade do que eu pensei um dia
Tudo funcionava perfeitamente de acordo.
Cada passo, cada riso, cada encontro
E era tão difícil acreditar...

Estamos agora a um passo
Do que foi simples e belo um dia.
Como foi anteriormente
Talvez, pouco menos angustiante...

Saudade até dos problemas
Tão pequenos, achando eu serem grande coisa.
E que os de hoje mostram
Que o que está por vir não é mole...

Hoje, nos prendemos
Ao que parece ser a melhor fuga.
E sonhos são esquecidos,
Promessas são quebradas...

A lembrança é como uma criança
Que quer sempre aparecer
Que não sabe se ri ou chora
E que dança sem entender.

Esse museu de canções livres
Perdidas no tempo
Guardadas em discos e CDs,
Só me lembram o que eu quero esquecer.

TVs e vídeos nada podem
Contra a pior de todas;
Memória...
A qual destrói dia a dia.


Bruno Calaça Costa
24/05/07

domingo, 14 de agosto de 2011

Choro Por Margarida e Seus Amores


Choro Por Margarida e Seus Amores

Eu choro por Margarida
Quase todos os dias
E acho que ela não sabe.
Margarida a mais linda
Das flores, dos vários amores.
O que me levou a escrever sobre você?
Doce Margarida,
Seus amigos não conseguem entender
Você só queria partir
Talvez sorrir, inquieta e insatisfeita
Por assim dizer, só você.
Doce Margarida,
Acenda o seu fogo
Veja sua nova alma
Acredite nessa ilusão
Você ainda vai rir disso tudo.


Bruno Calaça Costa
??/??/??

Do Que Vamos Falar Amanhã?


Do Que Vamos Falar Amanhã?

Do que vamos falar amanhã
Se não vai mais haver gente sã?
Se a loucura tornou-se embriaguez
E a cura não vem mais uma vez...

A geração passada exagerou
Veja só, as marcas que deixou
Tem tanta gente passando fome
E tem quem se preocupe com o nome...

Pois, se for continuar assim
Não demora que já vem o fim
Pelo jeito não haverá glória
Ninguém vai conseguir vitória...

Como não posso me preocupar
Se o planeta só quer ajudar?
Dessa forma caminha a humanidade
Achando achar a própria liberdade...

Em rumo à plena destruição
Destroços de uma nação
Completamente desiludida
Procurando outra forma de vida...



Bruno Calaça Costa
17/06/2007

sábado, 13 de agosto de 2011

Anjo Chorão

Anjo Chorão

Um anjo chora ao meu lado
Sobre um edifício do nono andar.
Daqui escutam-se tambores
Que não param de tocar.

Eu preciso de uma família
Eu preciso de um nome
Eu preciso de um pai
Eu preciso de uma mãe.

O anjo chora no meu ombro
Eu o vejo, mas não posso tocar
Ele estende suas mãos
E eu pulo para o ar.

Mãe, agora eu sinto
Um imenso vazio.
Pai, desculpe-me agora
Pois não haverá outra hora.

Eu já não sei onde estou
Não sei mais o que se passou.
Já não sei quem eu sou
Não vi que vento me levou.

Fiz tudo errado
E ele era o único ao meu lado.

Eu sei que errei
Mas, veja o que passei.
Não me perdoei
E na eternidade fiquei...


Bruno Calaça Costa
??/??/06